“...Com
os levantes de StoneWall, que uma luta por direitos pautada pelo orgulho
começou a acontecer - e nunca mais parou. StoneWall, um marco na luta pelos
direitos #lgbtq+, foi liderada
pela “linha de frente” quando o assunto é resistência: mulheres trans, drag
queens e jovens queer, em sua maioria negras e latinas. Então socialmente
estigmatizadas, eram expulsas de bares gays elitistas em Manhattan na época e
procuraram “abrigo” no Stonewall Inn, bar comandado pela máfia e alvo de
frequentes e violentas batidas policiais. Em 28 de junho de 1969, ha exatos 50
anos, as frequentadoras de Stonewall se rebelaram contra as humilhações e
agressões policiais, numa luta violenta que durou dias, e deram início à luta
por muitos dos direitos que temos hoje e origem às paradas do Orgulho LGBTQ+
mundo afora.” E com essa citação de Franco Pellegrino, editor de moda, eu
começo a postagem de hoje.
No mês
do orgulho notamos que o Stardoll fez inúmeras manifestações e competições em relação
a essa grande comunidade. E com isso decidi fazer uma entrevista com dois
jogadores que representam muito mais do que o capitalismo arco-íris que vimos
em diversas marcas no Brasil. Com vocês, mr.lion2
(Léo) e luizotavio123 (Gabi). Eu gostaria de agradecer
muito a ambos por toparem participar dessa entrevista e também dizer muito
obrigado a BeenAllNight e KylieMartins por serem minhas fadas madrinhas na realização
disto.
Qual
a importância de lutar a favor das causas LGBTQ+?
Otavio:
O
histórico de preconceito, isolamento social e agressão é autojustificativo. É
preciso lutar para quebrar alguns paradigmas (muitos históricos e sustentados
por uma justificativa pseudo-religiosa). Pessoas LGBT’s morrem todos os dias
por gostarem do mesmo sexo e lutar pela causa é uma forma de falar
"existimos"e "estamos morrendo".
Lion: Lutar a favor das causas LGBTQ+ é
lutar por vidas, que estão em perigo todos os dias. Direitos, que se um hetero
cis se colocar no lugar de nós, talvez veja como é o mundo real fora de sua
bolha.
Você
já sofreu homofobia?
Otavio:
Não,
acho que por apresentar um "estilo" socialmente aceito.
Lion: Eu desde criança já sofria homofobia.
Pelo o meu jeito de ser e de me expressar. Mesmo que na época, eu não tinha ideia
sobre minha sexualidade. Sofri e sofro até hoje. Essa é a nossa realidade, só
nós entendemos.
Como
você analisa discursos de ódio?
Otavio:
Ignorância. É preciso que se aceite que as pessoas possuem visões diferentes.
Não é preciso gostar, mas é preciso aceitar.
Lion: É difícil entender o que se passa na
mente de pessoas assim. A única coisa que sei, é que aquela pessoa vive dentro
de uma bolha. Uma bolha vinda de geração. Com uma educação de responsáveis que
aprenderam do mesmo jeito. São pessoas ignorantes. Pessoas que se negam a
escutar e aprender. Eu analiso um discurso de ódio como uma pessoa de mente muito
pequena. Uma pessoa que não quer aceitar o que ele não entende.
Como
anda o mercado de trabalho para o público LGBTQ+?
Otavio:
Eu
ainda não estou inserida no mercado de trabalho.
Lion: Pessoas LGBTQ+ são colocadas em uma
posição injusta de hierarquia. Não como profissionais ou formações, e sim como
seres humanos. Não importa se têm mais qualificações. Em frente, Gays
afeminados e pessoas Trans. Pessoas que somente pela aparência, são
descartadas. Mas todos nós, sendo mulheres, negros, nordestinos,
imigrantes, somos desqualificados por sermos nós mesmos.
Mesmo
com avanços como o casamento gay, o que falta ainda para melhorar?
Otavio:
Segurança,
nós ainda estamos às margens da cidadania plena.
Lion: Falta muito. Primeiro que nem todas
as igrejas casam casais homoafetivos. E isso não é um avanço grande. Já que
padres e pastores dizem que Deus abençoa todos e que Ele mesmo, pela sua
crença, não nos julga. Mas aí quando perguntamos, se eles casariam um casal
homoafetivo, ELES DIZEM que NÃO. Tivemos um direito recém aprovado no Brasil,
que é a criminalização de LGBTFOBIA. Com muita luta, porém imagino que na
sociedade não será levado a sério, por enquanto. Precisamos ser enxergados como
gente, como um igual. Precisamos ter á liberdade de andar de mãos dadas onde
quisermos. Ter a liberdade a beijar a pessoa que amamos, onde estivermos assim
como casais héteros fazem. Entre mil e uma outras liberdades que nos são
reprimidas.
Qual
a importância do dia 28 de junho?
Otavio:
Visibilidade!
Lion: Para lembrarmos e darmos a
continuidade à revolta de Stonewall Inn. Uma luta contra a perseguição
policial. Por isso hoje em dia temos a Parada LGBTQIA+ em quase todos os países
do mundo. Infelizmente ainda existem países que, por lei, é proibido, como alguns
países africanos. Mas mesmo assim a violência, as perseguições e preconceitos
não acabaram. Por isso essa data de comemoração, como visibilidade a todos nós
lgbtqia +.
Quais
os desafios ainda precisam ser enfrentados pelo movimento? Como é o preconceito
dentro do próprio meio LGBT+?
Otavio:
Acho
que o "G" acabou se tornando muito mais expressivo que os outros.
Quando você fala "casamento gay", por exemplo.
Lion: Precisamos bater de frente e mostrar
que existimos mais e mais. E olhando para dentro da nossa comunidade. Pessoas
LGBT também são preconceituosas com o seu próprio gueto. Colocando o AFEMINADO e
o PADRÃOZINHO. Algo que existe e é totalmente ridículo. Pois a luta por
direitos é uma só.
O
preconceito ainda é muito frequente em nossa sociedade. Por que você acredita
que as pessoas utilizam da violência para “resolver” as situações?
Otavio:
Gosto
muito do pensamento de Sérgio Buarque de Holanda (pai de Chico). Somos a
sociedade da cordialidade. A que mais abraça, chora, demonstra sentimentos e,
por outro lado, uma das que mais mata, agride. Para mim, a violência é fruto de
uma educação escassa.
Lion: Talvez seja por uma ideologia ou
filosofia das pessoas, mas que também são impostas de diversas maneiras. Mas
estão enganadas. Eu realmente não sei como alguém pode chegar ao poder com
muitos apoiadores com discursos de ódio e violência, dizendo que é assim que se
resolve os problemas. É irônico, porém não tem graça. Para ser sincero, são
pessoas ignorantes que não querem olhar para o próximo. Mas quando vem
diretamente a ele, ou de alguém que ele goste, aí a conversa é outra. Então entendemos
a ignorância e a hipocrisia das pessoas. São inconvenientes quando não está
dentro do seu quadrado.
Para
você, o que é celebrar a diversidade?
Otavio:
Poder
ser quem você é!
Lion: Celebrar a diversidade é em
unanimidade lutar pelos direitos de todos. E saber que uma revolução hoje em
dia é uma só, para todos os injustiçados. Celebrar a diversidade é celebrar
também o mundo como ele realmente é e não pelo o que o homem branco cis impõe.
Se
você pudesse estar de frente a uma pessoa homofóbica/transfóbica/preconceituosa
e ter a oportunidade de lhe fazer uma pergunta. Qual pergunta faria?
Otavio:
Perguntaria
o motivo.
Lion: Tenho muitas, mas como é só uma.
Seria: Se é privilégio, você trocaria seus direitos pelos meus?
Qual
o seu recado para as gerações futuras em relação a luta de causas que
acreditam?
Otavio:
Direitos
só são conquistados com luta. Coisas pequenas importam. Um preconceito que você
quebra na cabeça de alguém, conversando, já é um marco. A luta é sutil.
Lion: Meu recado as gerações futuras é a
uma resposta que dei atrás. Lembrem, é uma luta só! Todos de mão dadas, lutando
pelo o direito lgbtqia+ , mulheres, negros, nordestinos, imigrantes... Não
desistam, vão para a rua, conversem, façam notar que vocês existem.
Lion também possui
um Instagram (@mrlion2sd) repleto de
militância e valores:
E com isso encerro esse
breve especial, deixando o recado de que o preconceito deve ser combatido de
dentro para fora. Antes de lutar contra as injustiças externas mude
primeiramente quem você é. É apenas uma luta! Vencendo contra todo tipo de
prejulgamento.
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